De acordo com o arqueiro gremista, a sensação de impotência diante do que assistia foi muito grande
Em entrevista realizada pelo canal do Grêmio no youtube, o goleiro Caíque falou sobre os resgates que efetuou durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. Demonstrando uma sensibilidade fora do comum, o jogador do tricolor gaúcho expressou o que sentiu com toda essa tragédia climática que atingiu o estado.
De acordo com o arqueiro gremista, a sensação de impotência diante do que assistia sobre a catástrofe na televisão e redes sociais foi muito grande. Explicando a razão de suas atitudes de ir para a linha de frente para salvar vidas, Caíque afirmou que se sentiu com a responsabilidade para resgatar as pessoas que precisavam de ajuda.
“A gente vinha numa sequência de quase uma semana com jogos fora de Porto Alegre. No dia 1° a gente chegou, no dia 2 a gente treinou e a partir do dia 3 começamos a viver essa catástrofe enorme que o Rio Grande do Sul está passando ainda. Superou a enchente de 1941. Foi um momento muito complicado para nós como seres humanos. A gente não está falando como atleta, não agimos como atleta. Eu vivi com tristeza esse momento de ajudar as pessoas que estavam precisando, porque não imaginava como estava a situação. Eu via pelas redes sociais, mas não imaginava a situação desse acontecimento”, afirmou o goleiro.
SOS Rio Grande do Sul
Confira os pontos de coleta estabelecidos pelo Grêmio:
Estádio Olímpico: Largo Patrono Fernando Kroeff, nº 1, das 9h às 18h;
Hotel do Grêmio (Park Plaza Moinhos): Rua Dr. Timóteo, 577, aberto 24 horas;
CT Feminino: Av. Farroupilha, 8001 – São José, Canoas, na Capela da Ulbra e prédio 55 (Educação Física), das 7h às 21h30.
Um herói chamado Caíque
Sobre a decisão de literalmente entrar na água para salvar as pessoas, o goleiro Caíque declarou que mobilizou seus amigos para buscar moradores ilhados em locais de risco.
“Com alguns amigos, começamos a dar apoio e ajudar de alguma forma as pessoas nos resgates. Muitas cenas doloridas, vendo o sofrimento daquele povo, crianças chorando, idosos… pessoas que tiveram o seu sonho acabado. A gente pegou um senhor que foi contando que tinha acabado de reformar a casa dele e quando pegamos os documentos dele ele entrou em desespero, porque viu a casa daquele jeito. Para mim, tudo isso me machucou muito”, explicou o guarda redes do tricolor gaúcho.
Complementando a sensação que vivenciou diante das enchentes, Caíque relatou que era sua obrigação como pessoa pública ajudar o próximo no que fosse necessário.
“Crianças chorando pelas janelas de casa, pessoas no telhado, pessoas pedindo socorro. Isso doeu. Eu não quis falar como atleta naquele momento e só quis ajudar da melhor forma como ser humano. Independente de onde eu estiver, eu vou fazer tudo para ajudar. É uma dor de um sonho levado pela água e pela lama. Agora é reconstruir. Essa é a palavra para o Rio Grande do Sul. Fiquei feliz de poder ajudar desta forma. Eu saía de casa às 5 da manhã e chegava meia-noite. Só tomava um banho, comia uma coisa e já voltava para rua. Eu via o sofrimento das pessoas e não podia ficar em casa olhando tudo isso”, confessou.